Aquivos por Autor: ocupabh
O Medo
O medo é algo difícil de assumir, mais complicado ainda é se libertar dele. Não me refiro a extinção total do temor, até porque este sentimento é uma defesa biológica nossa que serve como um mecanismo para preservação da espécie. Mas se tornar refém do medo é um auto aprisionamento. ” O medo se tornou a principal arma do governo”. Na Manifestação do dia 21/12 eu percebi que um dos medos da população está sendo desconstruído. O Governo usa a mídia para realizar um terrorismo apocalíptico: ” Vocês precisam de nós, sem o governo o mundo será uma tragédia”. Nesse sentido eu percebo uma evolução da sociedade ( mesmo que em passos lentos) para se desvincular dessa ilusão. Porém um outro tipo de temor ainda persiste e foi muito claro na manifestação, o medo da polícia. O uso da força desproporcional, abusos de poder e tantos outros atos contribuem para a instalação deste pavor. Mas quando duzentas pessoas num manifesto pacífico tentam fechar a Afonso Pena, e muitos ( muitos mesmo) ficam receosos porque três policias pedem para que recuemos, esse medo atingiu um estado mórbido, limitante, fator de estagnação do povo. Não estamos propondo um confronto direto com a polícia, uma guerrilha, um derramamento de sangue. Mas para enfrentar um sistema tão bem articulado, algo de desobediente terá que ser feito, esse medo da polícia terá que ser vencido. ” Não é o povo que deve temer o governo, mas sim o contrário”. Está na hora de usarmos essa frase também para a polícia, pois ela é apenas uma ferramenta do Estado para nos inibir. Repito, ausência de medo não é sinônimo de violência. Gandhi tinha medo da polícia? Usou a violência em nome da independência da Índia?
Amanhã, Belo Horizonte vai às ruas #OcupaBH
Ser campeão é detalhe – Democracia Corinthiana
Democracia é coisa só para político? Será que podemos esperar que uma democracia real e direta seja implantada na política antes de ter sido exaustivamente exercitada em nossas relações cotidianas (família, trabalho, etc)?
Paixões futebolísticas à parte, o curta-documentário, que retrata a época de Sócrates no time paulista, é uma boa oportunidade para este tipo de reflexão e vale a pena ser assistido mesmo por quem não tem muita simpatia pelo time. É uma boa surpresa pra quem acha que a democracia real é uma coisa que inventaram para ser usada na política e não sabia que é um elemento que precisa estar presente muito antes nas nossas vidas.
Você ainda acha que votar adianta alguma coisa? #OcupaBH
Vereadores de BH aumentam o próprio salário em 61%. #OcupaBH
15D
Há dois meses a #OcupaBH teve um parto complicado. Nasceu prematura e em risco de vida: teve que permanecer por dias na incubadora. Eram poucas pessoas, algumas barracas debaixo do saguão da Assembleia Legislativa.
Logo o acampamento deixou a maternidade e foi para a praça, seu verdadeiro berço. Mudou várias vezes de lugar, forma e tamanho, cresceu em números e barracas. Machucou-se algumas vezes, como qualquer bebê que cai aprendendo a andar.
A Ocupa ainda é uma criança. E o que nós, acampados, descobrimos, é que não somos seus pais, apesar de todo nosso amor, cuidado e até apego. Ocupar é mais uma dessas ideias que são autônomas e maiores do que aqueles que as propagam: evoluem, se transformam, crescem sozinhas, muitas vezes de formas inesperadas pelos corações e mentes por onde essa ideia circula.
O acampamento tomou caminhos que nem sempre se adequavam às expectativas. Porque esses rumos não dependiam somente da medida dos esforços dos acampados, mas também da terra em que foi fundado, e do espírito do nosso tempo. Como todos os pais, tínhamos muitos planos, e nos decepcionamos. E agora que desapegamos do sentimento de paternidade, sabemos enxergar o valor e a potencialidade dessa ideia que fugiu da sua concepção inicial e, justamente por isso, abriu nossas mentes para possibilidades nunca antes imaginadas.
Da pressa e improviso com que tudo foi feito nos primeiros dias, pouco a pouco a Ocupa foi ganhando corpo: uma tenda que tem suportado chuvas ininterruptas, uma biblioteca, almoxarifado, fogão, internet 3G (obrigado a todxs pelas doações!). Ganhamos, sobretudo, a experiência de assembleias e organização horizontal que não são fáceis e nem sempre bonitas quanto pareciam nos vídeos dos espanhóis e americanos. Perdemos essa ingenuidade: os sonhos apenas podem ser plantados, nunca importados.
E, sem que se dê conta, a infância acaba. A #OcupaBH estará preparada no dia em que tiver de deixar o berço, e sair para o mundo.
Estamos na capa da Time! #OcupaBH
Debate no Dia Internacional dos Direitos Humanos – #10D
Amanhã, 10 de dezembro, é o aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
O movimento ocupa estará se mobilizando em mais um Dia de Ação Global, chamando a atenção no mundo inteiro para a questão dos direitos humanos no contexto da revolução global.
Teremos um debate às 20:00 na OcupaBH sobre a Declaração e seus 30 artigos. Entre os temas propostos, estão a adequação desses artigos às atuais demandas mundiais, o terrorismo de Estado, a forma com que alegações de violações de direitos humanos são manipuladas nas relações internacionais, e o direito de revolução.
Há 63 anos, uma declaração que se propõe universal foi promulgada por uma centena de chefes de Estado, julgando representar bilhões de pessoas. Não vamos aceitar um discurso imposto de cima para baixo e manipulado conforme as conveniências.
Somos nos 99%, vamos refletir, consensuar e agir para mudar.