*MANIFESTAÇÃO SABADO 18/FEVEREIRO/2012*
*“Democracia: governo Do povo, pelo povo e para o povo?”*
Na noite de 12 de fevereiro, 199 deputados gregos votaram as novas medidas impostas pela tróica (União Européia, Banco Central Europeu, Fundo Monetário Internacional), que fazem mergulhar o país no caos e na miséria mais profunda. 101 deputados desaprovaram a totalidade delas ou uma parte desse novo acordo. Sob a ameaça de falência e absolutamente conscientes de que o parlamento não iria decidir nada, mas apenas ratificar ordens, a maioria dos deputados cedeu à chantagem. Enquanto isso, em todo o país, o povo manifestava a sua oposição aos monstruosos projetos dos credores, o parlamento deu aos bancos o direito de vida e de morte do povo grego, sempre admitindo que não são mais as instituições políticas eleitas que devem governar. Além do drama que vive a Grécia, esta evolução constitui a inversão mais flagrante do sistema e das tradições políticas européias e, como tal, anuncia o futuro de toda a Europa. Ao contrário de seus deputados, a população do país não cedeu diante dessa chantagem. Em Atenas e em todo o país, o povo que resiste inundou as ruas. Novamente a única resposta do governo só tem sido a repressão.
Ao mesmo tempo que as políticas de austeridade fazem explodir a dívida pública, impõem-se ao povo grego medidas ainda mais suicidas:
- A redução de 22% do salário mínimo, o valor de 450 euros líquidos por mês e 586 euros brutos, contra os 751 euros brutos, estabelecidos até hoje; para os jovens, a redução é de 35%.
· A abolição das convenções coletivas, por ramos e por profissão, devendo serem substituidas por contratos individuais por empresa.
· A aplicação retroativa de todas as reduções a partir de janeiro de 2012, salários, pensões e prestações de desemprego (que passou de 461 euros/mês para 359, com duração de apenas um ano).
· A diminuição da pensão mínima para 392 euros/mês (contra 503 euros hoje).
· A demissão de 150 000 funcionários a partir de 2012-2015, dos quais 15 000 até o final de 2012.
· A abolição do estatuto de funcionário.
· O desmantelamento do Estado social e a liquidação de todas as riquezas do país para 50 bilhões de euros de privatizações.
Estas medidas juntam-se à muitas outras impostas e aplicadas há mais de dois anos. Salários e pensões só fazem baixar, os impostos diretos e indiretos só fazem aumentar, enquanto que o desemprego faz parte do quotidiano de cada vez mais gregos.
No plano social, o povo grego confronta-se com os fenômenos da pobreza e da miséria jamais vividos desde a ocupação.
Os fatos são desesperadores, que segundo “Médecins du monde” (“Médicos do Mundo”), o centro de Atenas está enfrentando uma verdadeira crise humanitária: uma pessoa em cada dez alimenta-se de sopas populares, o Ministro da Educação implementa o fornecimento de refeições gratuitas em algumas escolas, medida devida aos inúmeros desmaios de alunos devido à desnutrição.
As novas medidas impostas não só farão perpetuar o ciclo infernal da recessão que leva direto para a explosão do déficit e da falta de pagamento, mas eles vão acentuar a baixa do salário e das despesas públicas em toda a Europa, e isso num momento em que o número de pobres não cessa de aumentar em todos os países, inclusive na Alemanha. O que as elites financeiras não querem entender é que este é o modelo econômico não funciona.
*A Grécia é o laboratório de austeridade na Europa! *
*Resistamos em toda a Europa! *
*Solidariedade com o povo grego!*
*Não ao sacrifício dos povos do santuário das finanças!*