RENATO KRAUSZ da Reportagem Local
A procuradora-chefe do Ministério Público Federal
em São Paulo, Elizabeth Peinado, enviou ontem ao procurador-geral da República, Geraldo
Brindeiro, um dossiê com os processos e condenações sofridas por 8 delegados e 25
agentes da Polícia Federal que trabalham no Estado de São Paulo.
O dossiê integra o trabalho,
desenvolvido pela procuradoria, que tenta traçar um perfil nacional da corrupção na PF.
A procuradora se diz perplexa com a afirmação do
delegado-geral da Polícia Federal, Vicente Chelotti, que cobrou do Ministério Público
os nomes dos envolvidos.
"O Ministério Público não investiga, apenas
denuncia à Justiça. Todas as informações que temos partiram de inquéritos ou
sindicâncias feitas pela própria PF. A polícia tem esses nomes. Além disso, os nomes
são públicos, qualquer pessoa pode ter acesso a eles na Justiça Federal",
afirmou a procuradora.
Em razão disso, Elizabeth Peinado
afirma que o fato de a maioria desses policiais continuar trabalhando evidencia "a
ineficiência da PF e do Ministério da Justiça em extirpar dos quadros os maus
policiais."
As condenações e processos que estes policiais estão
sofrendo se devem a vários tipos de
crimes contra a administração
pública: facilitação de
contrabando,
peculato, prevaricação, extorsão e até cárcere privado e sequestro.
Todos os delegados citados no dossiê têm processos em andamento em quantidade que varia de um a três para
cada delegado e quatro desses policiais já têm condenações em primeira
instância.
Outros dois delegados têm condenações
anuladas, além de processos em
andamento. A maioria das anulações ocorrem por prescrição. |