Folha
de São Paulo, 04 de Abril de 1992
Fiel
Transcrição:
Delegado
(Tuma) é suspeito de prevaricação.

|
|
O
Ministério Público está investigando denúncias de omissão
e conivência do secretario Nacional de Polícia Federal (PF),
Romeu Tuma, em crimes de tráfico de drogas, contrabando,
corrupção, prevaricação e até no assassinato do
seringueiro Chico Mendes. |
|
|
Da
Sucursal do Rio
O
Ministério Público está investigando denúncias de omissão e
conivência do secretario Nacional de Polícia Federal (PF), Romeu
Tuma, em crimes de tráfico de drogas, contrabando, corrupção,
prevaricação e até no assassinato do seringueiro Chico Mendes.
As
acusações estão em uma representação criminal do procurador
da República no Ceará João Antônio Desidério contra Tuma.
A direção da PF não quis comentar as acusações.
O
ex-superintendente da PF-CE, José Armando da Costa, e o coordenador
judiciário da PF, Mário Cassiano Dutra, também são alvo da
representação. Tuma
teria telefonado |
|
para
Dutra Silva determinando que não fosse autuado em flagrante o
motorista Antônio Gomes da Silva. ria sido preso no Rio, em 1987,
quando transportava contrabando em um carro da Rede Globo.
O
diretor de Comunicações da Rede Globo, João Carlos Magaldi, disse
que esperaria "a notícia ser publicada para ver se há
necessidade de contestação".
Segundo
Desidério, Tuma se negou a apurar a
responsabilidade de seu atual chefe de gabinete, Mauro Spósito, no
assassinato de Chico Mendes. Um dia antes de morrer, o
seringueiro entregou a Spósito, então lotado no Acre, um mandado
de prisão de Umuarama (PR) contra o fazendeiro Darly Alves da
Silva, condenado como mandante do crime. |
|
Jornal
da Tarde, 31 de Março de 1992
Fiel
Transcrição:
CONFIRMADA
INVESTIGAÇÃO DO CIEX (Centro de Informações do Exército).
Juiz
falou a oficiais

|
|
Investigação
contra Romeu Tuma |
|
|
|
O
secretario de Segurança do Paraná
José Moacir Favetti, é amigo
comum de Perpétuo e do diretor da Policia Federal, delegado
Romeu Tuma. |
|
|
O
juiz da 6ª Vara da Justiça Federal cm Curitiba, Edgard Lippmann
Jr. confirmou ontem ter prestado declarações a dois agentes do
Centro de Informações do Exército (Ciex), em meados de 1991,
sobre o envolvimento do
ex-delegado federal em Foz do Iguaçu. Wilson Perpétuo, em
contrabando.
Wilson
Perpétuo ocupou a chefia da Divisão da PF em Foz, entre 2 de julho
de 1988 e maio de 1991, quando foi afastado ao ter seu nome
envolvido em sindicância e em inquérito aberto pela própria Polícia
Federal a pedido da Procuradoria da Republica. Logo
depois de afastado, Perpétuo foi nomeado secretário de Segurança
de Alagoas.
O
juiz Lippmann não quis fornecer maiores detalhes sobre sua conversa
com os agentes do Ciex, confirmando apenas que ambos eram oficiais
lotados no Comando da 5ª Região Militar, em Curitiba. Lippmann
admite ter reiterado as primeiras denúncias colhidas contra Perpétuo,
as quais havia
comunicado ao secretário da Policia Federal, Romeu Tuma,
e a Procuradoria da Republica, em Curitiba.
Lippmann
foi quem primeiro ouviu denúncia formulada pela informante da P F.
Ramona Beatriz Farina, segundo a qual o delegado Perpétuo
lhe pedira a indicação de um pistoleiro para matar o agente Régis
Fachinelli. Este seria, por sua
vez. o principal informante do juiz federal |
|
contra Perpétuo. O
juiz
foi, também, testemunha pessoal da apreensão de uma carga de
contrabando de bebidas estrangeiras, que teria sido desviada.
O
procurador da República João Gualberto Garcez Ramos tem em seu
poder há seis meses o inquérito que apura o envolvimento
de Perpétuo, em contrabando e formação de quadrilha, mas
disse ontem não ter tido ainda condições de examina-lo. Ramos
pretende decidir, até o início da próxima semana, qual destino
vai sugerir ao inquérito: oferecer denúncia
contra Perpétuo e outros três delegados, pedir novas diligências
ou recomendar seu arquivamento.
O
secretario de Segurança do Paraná (em segunda gestão), José
Moacir Favetti, é amigo comum de Perpétuo e do diretor da Policia
Federal, delegado Romeu Tuma. Superintendente da PF no Paraná
quando surgiram as primeiras denúncias contra Perpétuo, Favetti
afirma têlas encaminhado a Tuma, mas não sabe que fim foi dado a
elas, pois em seguida assumiu a Secretaria de Segurança.
Quanto
ao suposto envolvimento do delegado Romeu Tuma, por acobertamento,
nos crimes atribuídos a Perpétuo, comentou rapidamente Favetti:
"É
uma leviandade contra o Dr. Tuma. Ele é um pelado,
todos os políticos sabem e eu próprio sou testemunha disso". |
|
|