domingo, 6 de novembro de 2011

Moção de repúdio


A Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS) repudia a atuação repressora da Polícia Militar de São Paulo (PM) contra os estudantes da Universidade de São Paulo (USP), a maior do país.

A Universidade deve ser um espaço democrático e de debate crítico e jamais de repressão policial. O convênio firmado, recentemente, entre a reitoria e a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo para o patrulhamento do campus pela PM tem como finalidade garantir o direito à segurança pública, como direito social e não para uso das forças policias na Cidade Universitária, contra os estudantes.

Nesse sentido, é inadmissível a violência cometida contra os estudantes da USP, quando estes se manifestam por melhores condições da educação. Desse modo, repudiamos qualquer criminalização ao Movimento Estudantil da USP e manifestamos nosso total apoio aos estudantes.

Atenciosamente,

Francisca Pini – franciscapini@yahoo.com.br - Vice-presidente da ABEPSS/SUL II

Cláudia Monica dos Santos – claudia.abepss@gmail.com -     Presidente da ABEPSS

São Paulo, 4 de novembro de 2011.

Moção de apoio

A presença da PM no Campus da USP, contrariamente ao que se apregoa, com apoio da mídia manipuladora e golpista, visa reprimir os movimentos políticos na USP, mais precisamente as reivindicações dos estudantes, dos funcionários e dos profesores. O reitor Rodas e a maioria do Conselho Universitário, ao recusarem debater com a Comunidade Acadêmica as alternativas de segurança para o Campus, impondo a presença de uma organização policial historicamente comprometida com políticas antipopulares, e que assume orgulhosamente sua participação no massacre de Canudos, na repressão da Greve de 1917 e no golpe militar-bonapartista de 1964 , optaram pela truculência ignorante e escancaram suas verdadeiras intenções, isto é o não-dialogo a não-democracia e a repressão. 

As comunidades acadêmicas das Universidades estaduais paulistas exigem que se trate a atual crise na USP democrática e politicamente.

Nenhuma solução de força será tolerada! 

Pela Autonomia universitária e Acadêmica!

Fora a PM da USP e de todas as Universidades do estado de São Paulo!

Antonio Carlos Mazzeo - prof. livre-docente - UNESP

NEGOCIAÇÃO JÁ! TODOS À REITORIA OCUPADA HOJE!

No último sábado, dia 05/11, após audiencia de conciliação entre representantes dos estudantes e da reitoria no Fórum Hely Lopes Meirelles, a justiça adiou a reintegração de posse do prédio ocupado para acontecer hoje, segunda-feira, dia 07/11, a partir das 23h.

Os termos estabelecidos nessa audiência representaram a legitimidade e o fortalecimento do nosso movimento que vem se ampliando cada vez mais.
Além disso, a reitoria se comprometeu a religar a luz, água e internet, que haviam sido cortados, e até o momento não foram reestabelecidos, e que os representantes dos estudantes presentes na audiência não receberão nenhuma punição.

A decisão da justiça, contrária à execução da reintegração de posse, mostra que a intransigência nunca foi de nossa parte, e sim da reitoria, que pediu a reintegração, cortou luz, água e internet do prédio, antes mesmo de realizar negociações.

Seguimos dispostos, como desde o início, a negociar. Exigimos que a reitoria abra negociação já hoje. Conforme a deliberação da assembleia anterior, caso não haja negociação, a próxima assembleia está mantida para dia 09/11, quarta-feira. Porém, caso haja, anteciparemos a assembleia para o dia em que a negociação acontecer. Até lá seguiremos ampliando o movimento por meio de um calendário de lutas.

Hoje, data limite da reintegração de posse, consideramos fundamental a presença de todos os estudantes, professores e funcionários na ocupação para que participem do ato/aulas públicas e apoiem o movimento.



Chamamos a todos os estudantes, funcionários e professores a aderir ao movimento contra o convênio que, sob o pretexto da segurança, institucionaliza uma vigilância e repressão política contra o livre direito de expressão e organização dentro da universidade com o objetivo de implementar o projeto de universidade privatista do reitor João Grandino Rodas! Chamamos a todos para ampliar a mobilização e, sobretudo, participar da ocupação!

Calendário


- 2af: 
panfletagens nos cursos
ato/aulas públicas em frente à reitoria ocupada, a partir das 18h
festa
- 3af:
grande mobilização para passeata, concentração desde às 14h na reitoria ocupada.
- 4af:
Assembleia Geral na Reitoria Ocupada (data pode ser antecipada caso haja negociação)


Reafirmamos nossa pauta:

- Revogação do convênio USP-PM! Fora PM!

- Fim dos processos e perseguições contra estudantes, professores e funcionários!

sábado, 5 de novembro de 2011

PRONUNCIAMENTO OFICIAL SOBRE A AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO

Neste sábado, dia 05/11, os representantes da comissão de negociação, eleitos na última assembleia geral dos estudantes da USP, compareceram à audiência de conciliação no Fórum Hely Lopes Meirelles que contou com a presença do Coordenador de Relações Institucionais, Wanderley Messias da Costa, e o Chefe de Gabinete, Alberto Carlos Amadio, representando a reitoria.

Foi determinado o adiamento do prazo de reintegração de posse do prédio da reitoria de hoje (sábado), às 17h, para segunda-feira, dia 07/11, às 23h. Além disso, a reitoria se comprometeu a religar a luz, água e internet, que haviam sido cortados, e até o momento não foram reestabelecidos, e que os representantes dos estudantes presentes na audiência não receberão nenhuma punição.

Consideramos estes termos uma conquista do movimento, que vem se ampliando e ganhando apoio. A decisão da justiça, contrária à execução da reintegração de posse, durante um processo aberto de negociação, mostra que a intransigência nunca foi de nossa parte, e sim da reitoria, que pediu a reintegração de posse, cortou luz, água e internet do prédio antes mesmo de realizar negociações.

Seguimos abertos ao diálogo e dispostos, como desde o início, a negociar. Propomos que a reitoria restabeleça os canais de diálogo e negociação já para a próxima segunda-feira. Por decisão de nossa assembleia anterior, nossa próxima assembleia esta marcada para o dia 9/11. Caso a reitoria se disponha a realizar nova reunião de negociação no dia 7/11, estamos dispostos a antecipar nossa assembleia para este dia para avaliar as propostas da reitoria.

Reafirmamos nossas reivindicações:

- Revogação do convênio USP-PM! Fora PM!
Fim dos processos e perseguições contra estudantes, professores e funcionários!


São Paulo, 5 de novembro de 2011


Plenária de ocupação da reitoria da USP

Comissão de negociação

Nesse momento, a comissão de negociação do movimento está participando da audiência de conciliação  no Fórum da Fazenda Pública para tratar sobre a reintegração de posse do prédio da reitoria ocupada. 

O verso e o anverso na USP


São Paulo, 5 de novembro de 2011
Jorge Luiz Souto Maior, Professor livre-docente da Faculdade de Direito da USP
Estão dizendo por aí que os alunos que ocupam a Reitoria da USP perderam a razão quando não aceitaram a deliberação da Assembléia. Querem dizer, então, por preceito lógico, que concordariam com a ocupação se a Assembléia a tivesse aprovado? Ora, se não concordariam nem assim, então, a deliberação da Assembléia é irrelevante e o ataque feito à ação dos estudantes e servidores por esse viés é totalmente despropositado.
As lutas sociais, ademais, não dependem de uma legitimação fixada em lei, do contrário não seriam lutas e, de fato, não teriam condições materiais de existir. Quaisquer pessoas podem se organizar, formar suas associações de direito ou de fato, para a defesa de seus interesses. Os movimentos sociais, normalmente, não possuem constituição jurídica formal. Assim, os estudantes mobilizados, que criaram uma forma de organização própria, não têm obstáculo jurídico para a defesa dos ideais que consideram importante defender.
Pode-se discutir, a bem da verdade, a legitimidade que possuem para responder por todos os alunos da USP, mas ao que se sabe os alunos ali mobilizados nunca reivindicaram esse título, ainda que a sociedade crie sobre eles uma generalização.
Quanto ao meio de luta eleito, a ocupação, há uma gama enorme de questões que o envolve. Fiquemos, no entanto, com o verso do senso comum de que se trata de uma ilegalidade porque representa tomar posse de um patrimônio público. Mas, cumpre, inversamente, reparar: o ato em questão não se trata de tomar posse para si e sim, em caráter provisório e precário, para o propósito de instituir um diálogo político, o qual visa à reconstrução da ordem estabelecida.
Ainda assim fiquemos com a noção de ilegalidade. Diante da situação posta o que resta à Reitoria? Restituir a legalidade? Diz a Administração da Universidade que está obrigada a resgatar a ordem e, desse modo, para devida defesa do patrimônio público, ingressou com ação de reintegração de posse. E obteve a liminar. Mas, novamente, faz-se importante ponderar. Qual o valor que a Reitoria está buscando preservar? Está preservando o patrimônio, ou seja, os bens materiais. Com isso, mais uma vez, está se furtando ao diálogo pelo uso da força, ainda que ancorada por decisão judicial e pretende utilizar essa força para repelir aqueles que chama de “invasores”, só que os tais “invasores” não são números, são pessoas, e mais, são alunos e servidores, que estão ali, mesmo que em ato de pretensa ilegalidade, para o exercício de uma ação política contra atos que acusam terem sido ilegalmente cometidos pela Direção da Universidade, sobretudo no que se refere à abertura, por represália, de inúmeros inquéritos administrativos contra alunos e servidores, trazendo consigo, também, a reivindicação do que chamam “Fora PM!”
Na onda “moral e cívica” que histericamente se formou, essas pessoas estão sofrendo um verdadeiro massacre público, sendo agredidas por todos os lados. Mas, são só pessoas querendo expressar o seu sentimento e elegendo um meio de luta para tanto. São jovens que podiam não se importar com que se passa com os servidores ameaçados de dispensa por justa causa. Podiam não se importar com o futuro da Universidade, pois estão de passagem pelo Campus e com o Diploma universitário podem estar prestes a se inserir, exitosamente, no mercado de trabalho. Podiam, simplesmente, estar em por aí sem muitos propósitos na vida. Mas, não. Estão lá, lutando, exercendo cidadania, aprendendo a se organizar, produzindo saberes, adquirindo experiência de vida, aprofundando idéias e debates... Só isso já seria motivo relevante para que as admirássemos, mesmo sem concordar com suas bandeiras ou métodos, apontando-os como açodados, inoportunos, radicais etc. Mas, não se há de esquecer que foram atitudes tomadas mediante forte emoção, ditada por um sentimento de injustiça e no calor de efervescência política em um ambiente universitário. O fato é que somente a partir de pessoas questionadoras, conscientizadas, inteligentes e lutadoras, como as que ora se mobilizam, o Brasil poderá, enfim, solver os seus eternos problemas.
Mas, o que a Administração da Universidade planeja fazer com essas pessoas? Submetê-las à força policial, assumindo todos os riscos daí conseqüentes, pois para a opinião pública, que fora forjada sobre o tema, vale mais a defesa do patrimônio que a preservação da integridade física ou mesmo da vida desses meninos contestadores de 17 anos ou um pouco mais e alguns servidores com vários anos de relevantes serviços prestados à Universidade.
Por que escrevo este texto? Porque me importo com a vida dessas pessoas. Porque me preocupa o cerco da força do poder contra uma mobilização reivindicatória. Porque não consigo dormir sossegado sabendo que a intransigência da Administração em estabelecer com estudantes e servidores um diálogo, ainda que difícil, longo e complexo, do qual, ademais, poderiam – e deveriam – participar as diversas inteligências da Universidade, que até agora, pesarosamente, ecoam um silêncio retumbante, pode produzir um verdadeiro massacre.
Não estou defendendo (nem condenando, por certo) a ação dos estudantes e servidores. Estou, meramente, rogando a todos, à sociedade, à mídia, à Administração da Universidade, ao Comando da Polícia Militar, e, sobretudo, à juíza que deferiu a liminar, para que repensem sua postura neste evento e permitam, enfim, o avanço do necessário diálogo a respeito das intrigadas questões que afligem, concretamente, a nossa Universidade.
Caso estes interlocutores não estejam dispostos a me escutar, volto-me, então, aos estudantes, aos quais chamo de alunos, se é que me concedem essa legitimidade, para pedir-lhes, então, que reflitam sobre as diversas outras possibilidades de manterem a mobilização, desocupando a Reitoria, até porque o anverso da escrita desse aparente verso triste pode ser a retomada do império da legalidade na Universidade em todos os níveis. Afinal, é possível difundir a todos os demais espaços essas e tantas outras reivindicações, não se restringindo apenas ao prédio velho e desconfortável da Reitoria!

Moção de apoio


São Paulo, 03 de novembro de 2011


Nós da Apropuc-SP repudiamos profundamente a repressão à comunidade universitária, e principalmente aos estudantes, que a polícia está realizando no interior da maior universidade de nosso país, a USP. A universidade para cumprir seu papel social de ser um espaço de debate crítico e livre não pode em hipótese alguma ser militarizada. A presença da polícia é um ataque frontal à autonomia universitária. Não visa garantir a

segurança, mas coibir a entrada e convivência no interior do campus dos trabalhadores e de seus filhos, bem como oprimir a organização do movimento estudantil, dos trabalhadores e de todos os que porventura expressarem discordância com as diretrizes assumidas pela administração. A tentativa da
mídia de desqualificar a legítima mobilização dos estudantes pela retirada da polícia e pelo fim das perseguições políticas, questões democráticas elementares, é uma demonstração da inversão da verdade que se produz todos os dias para atender os interesses do status quo. Hoje os verdadeiros defensores da universidade pública encontram-se representados na figura
destes estudantes. Portanto, repudiamos qualquer tentativa de criminalizar este movimento e suas medidas de mobilização, das quais a ocupação de instalações é um método histórico e legítimo. Os estudantes não são "invasores", mas a polícia sim. Por isso expressamos nosso incondicionalapoio à sua mobilizaçãontes.

Bia Abramides
Diretoria da APROPUC-SP