Folha de São Paulo, 29 de Agosto de 1992

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CONTRABANDO

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Justiça condena a dois anos de prisão dois delegados da PF .
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LUÍS HENRIQUE AMARAL

Da Reportagem Local

O juiz federal Otávio Peixoto Júnior, da 2a Vara Criminal de São Paulo, condenou ontem a dois anos de prisão os delegados da Polícia Federal Marcus Vinícius Deneno e Antônio Manuel Costa. Eles foram denunciados pela Justiça Federal, em janeiro, por crime de "peculato" (quando o funcionário público se apropria de dinheiro ou bens que estavam sob sua responsabilidade).

Deneno foi quem autorizou a diligência que resultou em invasão do prédio da Folha, em 23 de março de 90, para apurar supostas irregularidades praticadas contra o Plano-Collor.

Na denúncia, o procurador da República Marcelo Moscogliato acusou os delegados de se apropriarem de aparelhos eletrônicos apreendidos com contrabandistas. A primeira acusação contra eles foi do delegado da Polícia Civil Ademar Brisolla, que prendeu, 

em  novembro de 91, dois agentes da PF em um sítio em Cotia (35 km a oeste de São Paulo), onde estavam os aparelhos.

O dono do sítio, Antônio de Moraes, ao ser flagrado com o contrabando, disse que ele pertencia aos dois delegados da PF. E telefonou para os agentes da PF
Antônio de Moraes e Marcelo Atala, subordinados de Deneno.
Os dois chegaram ao sítio e, segundo Brisolla, tentaram suborná-lo. Ambos foram presos.

Posteriormente, foi descoberto que a mercadoria fazia parte de um lote de contrabando que tinha sido apreendida, dois dias antes, pelos mesmos agentes e delegados. Os agentes e o dono do sítio também foram condenados e podem recorrer em liberdade.

A Folha solicitou entrevista cinco vezes à PF desde quarta-feira. Não houve resposta. Caso recorram da sentença, os policiais poderão continuar a trabalhar ate o novo julgamento.

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