Luiz Maklouf Carvalho O
delegado federal Marco Antônio Veronezzi, recentemente afastado da superintendência da
PF em São Paulo, reuniu-se informalmente com Valdir Sinigaglia, advogado do empresário
Augusto Morbach Neto, durante inquérito sobre ligações dele com o
tráfico internacional de cocaína. Veronezzi contou, no dia 16 de outubro, sobre a
reunião ao delegado Messias Marques, que apura a acusação de Morbach publicada
na revista Exame e em O Globo, segundo a qual, Veronezzi,
Romeu Tuma Jr. e o delegado Marcus Deneno se apropriaram de US$ 2 milhões do
total de dólares apreendidos depois de sua prisão em 1991. A PF diz que foram só
US$ 4 milhões. Morbach fala em US$ 6 milhões. Os
acusados estão processando Morbach por calúnia. Tuma Jr. o investigou quando era chefe da Interpol em São
Paulo. E Deneno gravou depoimento dele.
A reunião foi em julho. Veronezzi contou que o
convite foi de Sinigaglia. |
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Ele, o advogado, o delegado Jair
Barbosa Martins e "um outro indivíduo" foram ao Hotel São Paulo Center. Sinigaglia reclamou do inquérito, disse que Morbach provaria a
existência dos US$ 6 milhões e mostrou preocupação com o possível envolvimento de
Tuma Jr. Sinigaglia nega a reunião. Veronezzi intrometeu-se no
caso quando mandou dois delegados de sua confiança Antônio Manoel Costa e Marcos
Deneno gravarem declarações do empresário, um dia depois da prisão. Morbach diz que foi pressionado a falar. A fita
tem acusações a Fábio Monteiro, ex-assessor de Cláudio Vieira, Paulo César Farias e
Leopoldo Collor. Veronezzi
entregou informalmente e fora dos autos, cópia ao juiz federal João Carlos da Rocha
Mattos. Em seu relatório. Marques diz o seguinte sobre os US$ 2 milhões:
"Se houve
desaparecimento ocorreu no trajeto até a Superintendência, onde se fez a apreensão e o
auto de prisão." |
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