Arquivo: BanespaCritica.htm     (Diretório:    (AA-SitesParaCD)

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O Estado de São Paulo, 19 de julho de 1988

Fiel Transcrição:

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A SEGUIR CRÍTICAS DO JORNAL O ESTADO DE SÃO PAULO SOBRE AS ARMADILHAS DO EX-SUPERINTENDENTE DA POLÍCIA FEDERAL DE SÃO PAULO MARCO ANTÔNIO VERONEZZI, EM CONIVÊNCIA DO SEU CHEFE ROMEU TUMA, PARA NEUTRALIZAREM O GEORGES P. SELLINAS E LIVRAREM-SE DAS ACUSAÇÕES DELE.

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A denúncia que foi motivo para que autoridades corruptas armassem uma estratégia desonesta contra Georges P. Sellinas, para abafarem suas omissões, corrupções, e inúmeros ilícitos. 

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BANESPA: FOI O SÍMBOLO DA CORRUPÇÃO, DOS MALABARISMOS FINANCEIROS E DOS ENRIQUECIMENTOS ILÍCITOS!!!

Jornal da Tarde, 19 de novembro de 2000

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O Estado de São Paulo, 25 de Agosto de 1988

Fiel Transcrição:

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Mais lama no caso Banespa

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CRÍTICA DO JORNAL "O ESTADO DE SÃO PAULO" EM, 25/08/1988

Todas as vezes que se passam os olhos pelo noticiário dos jornais a respeito das fraudes cometidas na Corretora Banespa no início do governo Orestes Quêrcia. a sensação que se tem é de que existe um considerável estoque de lama a ser revolvida. Neste estágio da investigação, a impressão é mais drástica: a lama acumulada ao longo dos últimos meses parece estar sendo usada justamente para turvar as águas, quando começa a surgir a oportunidade de se vislumbrar o leito do rio pelo qual correm os fatos. O afastamento do delegado Luzenildo Félix da presidência do inquérito que Investiga a tentativa de suborno para Inocentar o ex-presidente do Banespa, Otávio Ceccato. é uma peça a mais nesse quebra-cabeça infernal.

A sociedade sentiu, na disposição do delegado Luzenildo Félix em apurar os encontros agendados pelo atual secretário da Indústria e comércio com os policiais encarregados da investigação das fraudes da Corretora Banespa, uma espécie de luz no fim do túnel. O rumo dado à Investigação pelo presidente do inquérito parecia, enfim, abrir caminho na direção de algum fato Jurídico concreto, capaz de comprometer criminalmente os verdadeiros culpados pelas operações fraudulentas realizadas pela corretora do banco estadual, acontecimento raro na história policial e da Justiça no Brasil. A brusca retirada de cena do delegado parece turvar novamente as águas que, após muito tempo, começavam, pelo menos, a parecer transparente.

Aliás, esta parece ser uma constante nos trabalhos da apuração do escândalo financeiro do Banespa: sempre que eles parecem ganhar um rumo definido, aparece algum desvio para esconder da opinião pública seu alvo principal, os diretores da Instituição financeira que praticou as fraudes já comprovadas. O insistente noticiário sobre a prisão de Georges P. Sellinas, que se atribui o papel de denunciante do eventual suborno oferecido ao delegado responsável pelo Inquérito da fraude da compra das ATMs, é uma dessas tentativas evidentes de desvio da atenção pública do foco central da questão. Georges P. Sellinas, que se atribui o papel de denunciante do eventual suborno oferecido ao delegado responsável pelo Inquérito da fraude da compra das ATMs, é uma dessas tentativas evidentes de desvio da atenção pública do foco central da questão.

Agora começa a ser discutido o possível afastamento do superintendente da Polícia Federal em São Paulo, delegado Marco Antônio Veronezzi, por ele mesmo haver pedido uma devassa das contas bancárias de todos os implicados, inclusive dele mesmo. Evidentemente, essa discussão só pode ter como objetivo a mudança de enfoque do noticiário de forma a que o realmente importante, as fraudes financeiras da Corretora Banespa, seja esquecido pelo contribuinte — a verdadeira vítima do crime cometido pelos diretores da Instituição.

A prisão de Sellinas e a possível demissão de Veronezzi soma-se agora o afastamento de Luzenildo Félix, cuja eficiência na presidência do inquérito foi elogiada publicamente pelo diretor do DPF Romeu Tuma,  no exato momento em que o afastava do posto!

A todo o emaranhado em que se pretende embrulhar o caso Banespa, Justamente no instante em que aparentemente alguém tinha encontrado o fio da meada, acrescenta-se também a ação atabalhoada do ministro da Justiça, que intervém, sem ser chamado, no caso, em nome de uma velha amizade pelo governador de São Paulo. Quando Luzenildo Félix disse, por exemplo, que, em tese. o governador poderia se convocado a dar esclarecimentos, Paulo Brossard Irritou-se a ponto de mandar um ofício ao diretor do DPF, seu subordinado, reclamando da utilização política pelo delegado de um caso meramente técnico.

Mais do que atabalhoado, esse género de interferência do ministro Brossard no trabalho da polícia chega a ser impertinente e nocivo ao interesse comum da sociedade. Sua condição de ministro não apenas não autoriza essa intervenção em favor de um amigo, de quem se orgulha privar da intimidade em declarações públicas, como até a proíbe. Não cabe a Brossard, enquanto ministro da Justiça, ser amigo de ninguém, mas zelar pelo livre e descomprometido trâmite dos processos investigativos sob a responsabilidade de seus subordinados. É para isso que ele está lá e, por essa atividade. o público lhe paga os vencimentos.

A Polícia Federal cumprirá seu dever para com a sociedade se Rubens Lessa, da Coordenadoria Judiciária do DPF, em Brasília, der realmente continuidade ao trabalho esclarecedor que vinha sendo desenvolvido por seu antecessor. Luzenildo Félix, na condução do inquérito sobre as denúncias de suborno para inocentar Ceccato. É isso que se espera, até mesmo por se levar em conta as declarações freqüentes do diretor-geral da PF, Romeu Tuma, não apenas ao elogiar Félix, mas também ao assegurar que o fio da meada por ele encontrado será retomado por seu substituto.

O ministro da Justiça também terá a oportunidade de prestar um grande serviço público se se mantiver neutro em relação às investigações feitas em São Paulo, até porque tais investigações podem desabonar a conduta moral de Otávio Ceccato, amigo de um amigo seu, Orestes Quêrcia. Dele a sociedade só exige que permaneça neutro acima de tudo, para que a verdade possa emergir dos autos, doa a quem doer. A interferência da política na ação policial não ajuda em nada na construção da democracia sólida e justa pretendida por todos os brasileiros. E Paulo Brossard dará boa contribuição nesse sentido se parar de interferir e passar a usar sua força para prestigiar os delegados realmente interessados em investigar o que aconteceu nas fraudes financeiras da Corretora Banespa.

Esta denúncia, foi um boato, que Sellinas descobriu a verdade. Uma negociata entre policiais federais. Uma "negociata" para que o ex-presidente do BANESPA, não ser indiciado criminalmente, "tocar piano", pelos policiais federais. Um milhão de dólares pago aos especialistas corruptos, que manipulam o poder em benefício próprio!

Foi uma denúncia que deu início as perseguições contra o autor, por mexer com os cofres dos corruptos. Foi uma violenta articulação dos acusados, industrializando argumentos para descredibilizá-lo.

Enganaram com mentiras, até o ex-ministro da justiça, Dr. Oscar Dias Corrêa. 

Armaram 17 inquéritos policiais para o sumiço completo do denunciante.

O ameaçaram com extinção física, obrigando-o autoexilar-se no exterior. 

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Old times

Historinha acontecida quando Antônio Carlos Magalhães era ainda ministro das Comunicações e amicíssimo de Orestes Quêrcia.

Explode o caso Banespa, em São Paulo, e o então secretário Otávio Ceccato corre o risco de "tocar piano" — ou seja, ser indiciado criminalmente sob os flashes e spots.

ACM pega o telefone e liga para o delegado Romeu Tuma, diretor da Polícia Federal

— Se eu fosse o senhor, não deixaria acontecer essa humilhação pública. Matreiro, o delegado pergunta:

— Ministro, isso é uma sugestão ou é, uma ordem? ACM, rapidinho no gatilho:

— Se eu fosse o senhor não faria essa pergunta.

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