BRASÍLIA — O novo ministro da Justiça, Oscar Dias Corrêa, tomou posse ontem, no Palácio do Planalto, com a promessa, feita diante do presidente José Sarney, de restabelecer "o reino da Justiça" e caçar os corruptos "onde eles estiverem". Oscar Corrêa disse que não teria sentido assumir a pasta se não fosse para exercer integralmente as funções, inclusive de coordenador político do presidente da República.

A posse, no entanto, não atraiu muitos parlamentares a ouvirem o improvisado e rápido discurso de Sarney, que se limitou a fazer elogios ao ex-ministro Paulo Brossard e desejar sucesso ao novo titular da pasta da Justiça. Ao final da solenidade, Brossard deixou o Salão Leste do Planalto sozinho, segurando o chapéu numa das mãos", e tomou o elevador privativo, enquanto seu sucessor recebia os cumprimentos.

Como magistrado aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF), Oscar Dias Corrêa não quis dar sua opinião sobre a legalidade da medida provisória N» 33, baixada por Sarney para que o Congresso Nacional decida sobre as demissões no serviço público. "Se o Congresso não examinar a medida e a devolver ao presidente, caberá a ele tomar a providência que julgar necessária. Cada um assuma a responsabilidade que tem neste Pais", disse. Outros pontos de vista alinhavados por Oscar Corrêa, já como ministro da Justiça, são 

as seguintes:

Corrupção: "E bom que eles (os corruptos) voltem ao bom caminho, para não Irem para a cadeia. É preciso desmascarar a fraude e restabelecer o reino da Justiça, o império do estado de direito".

Violência: "Acho que há alguma impunidade. Pelo menos é o que os jornais dizem. Se estão falando a verdade, a impunidade deve ser punida".

Drogas: "Não é necessário fazer mais nada. Os planos já estão estabelecidos. É só cumpri-los".

Conflitos de terras: "Tomaremos todas as providências, porque não desejamos conflitos. Desejamos amparar todos aqueles que querem trabalhar a terra honestamente, com a preocupação de servir ao Pais".

Caso Chico Mendes: "Não queremos transformar o caso num caso só. Todos devem ser apurados como manda a lei".

Direitos do consumidor: "Vou mandar reabrir o Conselho de Defesa do Consumidor (Codecon). A sociedade precisa de instrumentos para se defender da alta injustificada de preços".

Orçamento para o Ministério: "Para manter o estado de direito não preciso de multo dinheiro. Preciso mais é de força moral. A escada se varre de cima para baixo. O exemplo de moral é o governo quem deve dar primeiro".

O povo acreditou e elogiou!!!

A grande decepção!!!

Ministro da Justiça (Folha de SP 13/03/89)

"A lucidez, determinação e patriotismo do Dr. Oscar Dias Corrêa fazem renascer as nossas esperanças. São homens dessa envergadura que o país precisa para se recuperar. Ê fundamental que nesta hora a sociedade o apoie para que possa reabilitar a crença na Justiça do nosso país. Que Deus abençoe nosso ministro, que parece ser um lírio nascido no lodo"  

Felipe R. Q. de Aquino (Lorena, SP)

Eis o homem! (Estado 24/02/89)

"A ser verdade tudo o que ele disse e pensa deva ser feito para endireitar este nosso sofrido Brasil, o ministro Oscar Dias Corrêa é o protótipo do homem de que o nosso País necessita para tirá-lo do caos econômico, social e moral em que vive atolado há tantos anos! Portanto: eis o homem"!  

José Gomes Moreira, Capital.

Objetividade (Estado 25/02/89)

"O ministro da Justiça, Dr., Oscar Dias Corrêa, 

está de parabéns pela entrevista concedida no dia 19 último, às 22h45. à TV Manchete. Ali houve sinceridade, objetividade e didática". 

Fernando Penteado Cardoso, presidente da Manah, Capital.

Oscar Dias Corrêa (Veja 22/02/89)

"Fiquei indignado ao ler nas paginas amarelas (l." de fevereiro) a entrevista do ministro da Justiça. Oscar Dias Corrêa. Bem se vê que ele é um falso moralista tentando assumir as dores de um governo fracassado. E preciso moralizar não só os programas de televisão, mas também a administração pública do país, que é uma vergonha". 

José Timóteo R. N elo Brasília, DF

Ministro da Justiça (Folha de SP 13/3/89)

"O ministro da justiça Oscar Dias Corrêa tem 'falado' muito. A princípio, até acreditamos na sua 'parola'. Mas, infelizmente, ela está se repetindo e não tem correspondido aos 'atos'. Re palavras, o presidente Sarney já saturou o Brasil." 

Antônio Martins (Orlândia, SP)