Estado de São Paulo, 18 de Junho de 1988

Fiel Transcrição:

.

DPF afasta delegados acusados de extorsão

.

DestacaExtorsionista.JPG (12303 bytes)

Dois delegados e um censor da Polícia Federal foram indiciados ontem em inquérito, acusados da extorsão de Cz$ 1,5 milhão contra um empresário que esta montando uma firma de vigilância bancária em São Paulo.
.

Dois delegados e um censor da Polícia Federal foram indiciados ontem em inquérito, acusados da extorsão de Cz$ 1,5 milhão contra um empresário que esta montando uma firma de vigilância bancária em São Paulo. Os delegados e o censor foram afastados de suas funções e colocados à disposição do superintendente do Departamento de Polícia Federal, delegado Marco Antônio Veronezzi.

No começo da semana passada, Veronezzi foi procurado pelo empresário Manoel Adriano da Silva Rocha, que vinha tentando regularizar junto à Polícia Federal sua firma de segurança. Manoel explicou que os policiais federais encarregados da aprovação para o funcionamento da empresa estavam exigindo muito dinheiro, mas ele não estava disposto a pagar.

O superintendente solicitou, então, que lhe fosse entregue o processo de regularização solicitado por Manoel Adriano e ficou sabendo que os encarregados de examinar a situação da nova 

empresa eram os delegados Adilson Calamante, da Delegacia Fazendária, Moacir Moliterno, da Comissão de Vistoria e Vigilância Bancária, e o censor José Augusto, todos da Polícia Federal.

Manoel Adriano prometia atender todas as exigências dos policiais, de que sua empresa só funcionaria se ele desse Cz$ 1,5 milhão. Ele fingia concordar, prometendo dar um cheque. O objetivo era prender cm flagrante os três no momento em que recebessem o dinheiro. Mas os policiais federais não apareceram, pedindo que o empresário mandasse a quantia pelo advogado que começara as "negociações".

Segundo Marco Antônio Veronezzi, a acusação é grave, Já que Manoel Adriano da Silva Rocha teria de pagar somente as custas aos cofres do governo — o que realmente fez. Os delegados Calamante e Moliterno e o censor José Augusto "recebem do governo federal seus salários para executar o trabalho e nada mais". Se ficar comprovada a extorsão, os três serão demitidos a bem do serviço público.

IMPORTANTE: Visite também o Site www.gs1.com.br