Estado de São Paulo, 30 de Outubro de 1992
Fiel Transcrição:
GOVERNO
Veronezzi
é exonerado da Polícia Federal em SP

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Marco Antônio Veronezzi,
ex-superintendente da Polícia Federal de São Paulo: Sem chefia, sem chefia. Decisão da exoneração, foi tomada ontem pela
manhã pelo ministro da Justiça. |
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BRASÍLIA O
superintendente da Policia Federal em São Paulo, Marco Antônio Veronezzi, deixará o
cargo na próxima semana e será transferido para Santos, na condição de delegado
especial, sem cargo de chefia. Em seu lugar,
assume o atual superintendente da regional da PF em Minas Gerais, Renato Eustáquio Maia
Surete. A decisão foi tomada ontem pela manha,
em reunião entre o
diretor-geral da PF, Amaury
Galdino, e o ministro da
Justiça, Maurício Corrêa.
A exoneração depende, agora, da publicação de
portaria no Diário Oficial da União, o que deverá ocorrer no começo da próxima
semana.
Além de Veronezzi, Galdino exonerou os
superintendentes da PF de Alagoas, Jairo |
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Helvécio
Kullmann, substituído por José Guedes Bernardi; Bahia, Paulo Marcelo Zimmermann, que
terá em seu lugar João Francisco Maciel Borges; e Minas Gerais, onde José Carlos
Fernandes Silveira Conceição assume o lugar do substituto de Veronezzi, Renato
Maia. Amaury
Galdino justificou as exonerações afirmando que os superintendentes ocupavam os cargos
há muito tempo, entre cinco e sete anos.
"Essa longa permanência à
frente da superintendência provoca uma certa acomodação que prejudica o trabalho da
PF", afirmou.
O diretor da PF está estudando outras exonerações,
entre elas as dos superintendentes do Pará, Pernambuco, Amazonas, Rio Grande do Sul e
Mato Grosso do Sul. |
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Folha de São Paulo, 03
de Agosto de 1993
Fiel Transcrição:
TRÁFICO
Empresário
afirma ter sido coagido pela PF
Da Reportagem
Local
O empresário Augusto Morbach Neto disse ontem na
Justiça Federal que o ex-superintendente da Polícia
Federal (PF) em São Paulo, Marco Antônio Veronezzi, o "coagiu" a prestar um
depoimento em novembro de 1991. Na ocasião, Morbach foi preso em
flagrante com cerca de SS$ 4 milhões e na PF gravou um depoimento onde afirmou, entre
outras coisas, que parte do dinheiro pertencia a Fábio
Monteiro (ex-assessor da Presidência da República) e que Leopoldo Collor
irmão do ex-presidente Fernando Collor era o responsável pelo mercado
paralelo do dólar em São Paulo.
"Fui coagido a
dizer o que foi gravado. O Veronezzi me chamou em sua sala e fez um
roteiro das respostas que deveriam ser dadas", disse Morbach ao juiz
Cassem Mazioun. "Os delegados Costa (Antônio Manoel
Costa) e Deneno (Marcus Vinícius Deneno) faziam as perguntas enquanto Veronezzi entrava e
saia da sala", afirmou.
Ontem no final da tarde, a Folha não
encontrou os delegados na sede da PF em São Paulo. |
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Morbach é acusado de formação de
quadrilha para o tráfico internacional de drogas. Ontem ele negou ter praticado os crimes.
Afirmou que nunca fez tráfico e nem organizou quadrilhas. O empresário disse ao juiz que
os US$ 4 milhões apreendidos pertencem a ele e foram obtidos pela intermediação de
vendas de "tecnologia e material bélico para o Ira, Israel, Iraque e outros
países". Morbach
afirmou que desde 1985 trabalha para uma empresa de consultoria na Alemanha chamada
Tecnikon Alianzza e que os US$ 4 milhões foram obtidos por intermédio de comissões
recebidas
dessa empresa. Contudo, declarou ao juiz que em 1985 não sabia sequer falar alemão.
Quanto aos colombiano Diego Gutierrez e José
Palou acusados de pertencer ao cartel de Cali e que estiveram com Morbach hospedados
no Maksoud Plaza Hotel, em São Paulo, o empresário afirmou que os conhece por
causa de um negócio que seria feito. "Eles queriam comprar uma área na fronteira do
Brasil com a Venezuela para despejar lixo industrial da França", disse. |
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