Estado de São Paulo, 29 de Julho de 1994

Fiel transcrição:

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POLÍCIA

Delegado é denunciado por extorsão no Rio

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Ex-chefe da INTERPOL conduziu buscas a PC e hoje é candidato a deputado pelo PSDB

O delegado Edson Oliveira: TAMBÉM ESTÁ NA LISTA DE PROPINAS DO BICHEIRO CASTOR DE ANDRADE

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CHICO OTÁVIO

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RIO: O delegado Edson de Oliveira será denunciado hoje à Justiça Federal por extorsão contra dois ex-funcionários da Varig, envolvidos num caso de contrabando no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro. Ex-superintendente da Polícia Federal do Rio e ex-diretor da Interpol no Brasil, Oliveira chefiou as fracassadas buscas ao empresário Paulo César Farias no Exterior e deixou o cargo em abril para se candidatar a deputado pelo PSDB.

Na denúncia, os procuradores da República Rogério Nascimento e Silvana Góes acusam o delegado de promover uma investigação informal contra os suspeitos com o objetivo de tirar proveito pessoal do caso. "Diante dos indícios de prática de crime, ele deixou de formalizar a apuração, preferindo dar vazão à  cobiça",  afirmaram os procuradores. 

O caso ocorreu  em 1986.

• Por denúncia anônima, a Polícia Federal foi  informada de que os funcionários da Varig Simão Dahan e Guilherme Fabiano de Sá Jannuzzi, lotados no aeroporto internacional, estariam liderando uma máfia de contrabandistas que 

introduzia mercadorias clandestinamente no País trocando as etiquetas das bagagens.

• Por meios particulares, Edson Oliveira descobriu

que ambos mantinham "vultosas" quantias em bancos nos Estados Unidos. Em vez de abrir inquérito, o delegado marcou encontro com os investigados num restaurante e levou-os em seguida para a sede da PF, "onde, de modo ameaçador, tornou-lhes declarações sem suporte legal", segundo os procuradores. Seis dias depois, Edson teria ido ao prédio onde moravam os funcionários para tentar extorquir dinheiro. As vítimas registraram queixa por tentativa de seqüestro em uma delegacia.

•A PF só abriu inquérito para apurar o caso em 1988, mas a relação de Simão Dahan e Guilherme Jannuzzi com o contrabando nunca foi provada. Ambos estão sendo denunciados pelos procuradores por sonegação de divisas — não teriam declarado as contas no Exterior à Receita Federal.

Não é a primeira vez que o delegado Edson Oliveira envolve-se com irregularidades na Polícia Federal. O caso mais rumoroso foi o aparecimento de seu nome da lista de propinas do banqueiro Castor de Andrade. Outro processo em andamento na Procuradoria da República no Rio investiga o enriquecimento ilícito do policial, que é dono de vários imóveis de luxo no Rio — incluindo um apartamento na Avenida Sernambetiba, na Barra da Tijuca, e uma mansão no Recreio dos Bandeirantes — além de uma fazenda no Sul da Bahia.

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Revista VEJA. 20 DE ABRIL. 1994

Transcrição Parcial:
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NA LISTA DO JOGO DO BICHO

Mais um amigo e companheiro de Romeu Tuma na "lista" dos bicheiros de Castor de Andrade:

Edson de Oliveira, Delegado da P.F. e ex-superintendente do Depto. de Polícia Federal Regional do Rio de Janeiro, na gestão de Romeu Tuma.
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A mansão de 400.000 dólares do delegado Edson Oliveira

O ex-superintendente do DPF do Rio de Janeiro que trouxe PC da Tailândia. Ganhos incompatíveis com o seu salário na PF

Se há pessoas aparecendo na lista e confirmando que receberam dinheiro do bicho, qual o sentido de alguém afirmar que a lista não é verdadeira? E óbvio que pode ser um retrato infiel da realidade, mas até o momento todos os fatos que surgiram corroboram o seu conteúdo. Há casos em que a confissão nem é necessária. Edson de Oliveira, ex-superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro, está na lista e nega. Na semana passada, o Jornal do Brasil informou que o policial tem uma bela casa num condomínio no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Sul do Rio. A mansão ocupa um terreno de l 200 metros quadrados, tem dois andares, quatro quartos e está avaliada em 400 000 dólares. E uma quantia tão alta para o salário de um policial que Oliveira não pode explicar a aquisição da mansão com renda lícita. Oliveira, que foi o encarregado de prender PC Farias e o trouxe no avião da Tailândia para o Brasil, não admite que embolsou zoodólares. Mas também não explica como pôde comprar uma casa quase tão rica quanto a de PC Farias. Seu problema é que, ao contrário de uma jogadora de vôlei, Oliveira tinha muitos serviços a oferecer para os chefões da máfia uma vez que seu posição de delegado Superintendente do Depto. da Polícia Federal do Rio de Janeiro e principalmente amigo e protegido pelo Diretor Geral da Polícia Federal Romeu Tuma.

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