A experiência de se gravar de forma independente, no Brasil, tem seu início a partir de uma iniciativa de Sérgio Ricardo em 1972 (nota 101) . Tentando quebrar o círculo do monopólio cultural das grandes empresas de gravação, busca o caminho da gravação independente. Em conjunto com o jornal O Pasquim, no RJ, Sérgio Ricardo dirige o DISCO DE BOLSO. Consistia numa pequena revista com artigos sobre música acompanhada de um compacto simples, uma gravação de músico famoso e outra de autor novo, inédito. Infelizmente a revista só teve duas edições, porém memoráveis: uma trazia a primeira gravação de Águas de Março, de Tom Jobim, com o próprio; e lançava a dupla João Bosco e Aldir Blanc, com a primeira gravação de Agnus Sei. No segundo número trazia Caetano Veloso cantando A Volta da Asa Branca, uma das primeiras gravações após a volta do exílio; e lançava a dupla Fagner e Belchior, na primeira gravação de Mucuripe. Esse trabalho teve razoável repercussão dentro do mundo artístico, iniciando a “onda” de gravações independentes, que vai ter seu auge nos primeiros anos da déc. de 80. O próprio Belchior, lançado por esse DISCO DE BOLSO, produzirá discos independentes e relançará, igualmente de forma independente, em LP, as históricas gravações do DISCO DE BOLSO.(LP MPB independente, 1982). O encarte desse Lp é um desenho parodiando o famoso quadro Independência do Brasil do artista plástico Pedro Américo. Nesse desenho, os rostos são substituídos pelos de compositores e cantores que gravaram de forma independente).
Essa relação do compositor com a necessidade de produção é um desdobramento de sua militância na luta pela regulamentação dos direitos autorais. A produção independente também é uma forma de garantir o controle e o direito da obra artística.
Aqui cabe uma curiosidade. Em 1973 Sérgio Ricardo grava
a música Adriana, um samba cuja batida feita ao violão
vai aparecer em 1974 na canção Incompatibilidade de Gênios
de João Bosco. E é essa “pegada” que vai consagrar o
estilo violonistico de João Bosco. Provavelmente do encontro dos
dois violonistas em 1972, durante a gravação de Agnus Sei,
apareceu esse jeito de tocar samba no violão, que vai marcar a MPB
nos anos 70 e 80. Infelizmente só ouviremos novamente essa batida
na mão do seu criador em 1979, quando Sérgio Ricardo grava
a canção Lá Vem Pedra.
Um pouco mais sobre a história do Disco de Bolso está no texto do encarte do LP MPB independente.
<- | Introdução | ||
<- | O Início e o LP Dançante n. 1 | ||
<- | Sérgio Ricardo, o Piano e o Violão | ||
<- | Zelão e a "Estética do Morro" | ||
<- | Sérgio Ricardo e a Bossa Nova | ||
<- | Canção de Protesto | ||
<- | Sérgio Ricardo e o Tropicalimo 1 | ||
<- | Sérgio Ricardo e o Tropicalimo 2 |
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<- | Afastamento da Mídia e o Novo Regionalismo |
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Sérgio Ricardo e o Primeiro Disco Independente | |||
Novos Caminhos |
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Retorno à Questão Agrária |
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Militância e Circuito Universitário |
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Sérgio Ricardo, Cineasta |
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O Artista Plástico |
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